As impurezas do branco

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Sinopse

Extremamente atual mesmo meio século após sua publicação, As impurezas do branco retorna em novo projeto, com posfácio de Bruna Lombardi.

 

Em 1973, Drummond já era tido por muitos como um autor clássico. E talvez ele próprio, apesar do ceticismo e da ironia que o caracterizavam, já se sentisse um pouco assim. O “amor é privilégio de maduros”, escreveu o poeta. Verso de quem sabia ler muito bem a sua época, o fim de um século em que até o sentimento amoroso exigia ser comunicado, noticiado, desentranhado em palavras, as tais impurezas a perturbar o branco silencioso do papel.

Meio século depois de sua publicação, este livro ainda ressoa. E quem o quiser ler hoje, no Brasil – “essa parte de mim fora de mim / constantemente a procurar-me” -, certamente irá se surpreender com sua atualidade estética e política. Em “Diamundo”, Drummond canta as “24h de informação” a que os “jornaledores” estariam expostos. E enfileira alguns dos assuntos com que éramos e continuamos sendo bombardeados diariamente: a especulação financeira e imobiliária, o sensacionalismo midiático, o culto à celebridade, o colapso do clima, a escravização dos trabalhadores rurais no interior do país, as consequências do garimpo na Amazônia, a crise dos combustíveis, a cultura dos remédios, do automóvel, do crime.

Para Drummond, todos estes temas se misturavam por artes do deus Kom Unik Assão, entidade cada vez mais divinizada, a unir e transformar tudo à sua volta. O amor e o desamor, a idade e a memória, a “dangerosíssima viagem de si a si mesmo”, a saudade dos amigos e a profunda admiração pelos artistas de sua terra, este “lugar de muita miséria”, “pouca diversão” e uma única certeza: é também da poesia drummondiana que emana a dor que o poeta, de algum modo, queria que nos irmanasse.

As novas edições da obra de Carlos Drummond de Andrade têm seus textos fixados por especialistas, com acesso inédito ao acervo de exemplares anotados e manuscritos que ele deixou. Em As impurezas do branco, o leitor encontrará o posfácio da atriz e poeta Bruna Lombardi;bibliografias selecionadas de e sobre Drummond;e a seção intitulada “Na época do lançamento”, uma cronologia dos três anos imediatamente anteriores e posteriores à primeira publicação do livro.

Bibliografias completas, uma cronologia de vida e obra do poeta e as variantes no processo de fixação dos textos encontram-se disponíveis por meio do código QR localizado na quarta capa deste volume.

Sobre o autor

Carlos Drummond de Andrade

Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) nasceu em Itabira, Minas Gerais. Em 1921, vivendo em Belo Horizonte com a família, teve seus primeiros trabalhos publicados no Diário de Minas. Em 1924, conheceu Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Tarsila do Amaral e nessa mesma época deu início a uma longa correspondência com Mário de Andrade, de quem recebeu orientação literária. Em 1927, fixou-se em Belo Horizonte trabalhando como redator e depois redator-chefe do jornal Diário de Minas. Em 1928, publicou na Revista de Antropofagia, de São Paulo, o poema No meio do caminho, que suscitou polêmica no meio literário. Dois anos depois publicou o primeiro livro, Alguma poesia, sob o selo imaginário de Edições Pindorama. Brejo das almas foi publicado em 1934, mesmo ano em que Drummond se transferiu para o Rio como chefe de gabinete de Gustavo Capanema, então ministro da Educação e Saúde. Em 1940, publicou Sentimento do mundo. Só a partir de 1942 teve seus livros custeados pela José Olympio, editora em que permaneceu até 1984, depois passou a ser editado pela Record. A década de 1950 foi marcada pela publicação de obras importantes, como Claro Enigma, Viola de bolso, Fazendeiro do ar e Fala, amendoeira. Ao completar 80 anos, o escritor recebeu o título de doutor honoris causa pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte e foi homenageado com exposições comemorativas na Biblioteca Nacional e na Fundação Casa de Rui Barbosa. Em 1984, decidiu encerrar a carreira de cronista regular, após 64 anos dedicados ao jornalismo. O poeta faleceu em 1987 deixando cinco obras inéditas: O avesso das coisas, Moça deitada na grama, Poesia errante, O amor natural e Farewell, além de crônicas e correspondências. Há livros de Drummond traduzidos para os idiomas alemão, búlgaro, chinês, dinamarquês, espanhol, francês, holandês, inglês, italiano, latim, norueguês, sueco e tcheco.

Características

  • ISBN: 978-65-5587-522-5
  • Formato: Brochura
  • Suporte: Texto
  • Altura: 20.5cm
  • Largura: 13.5cm
  • Profundidade: 1cm
  • Lançamento: 31-10-2022
  • Páginas: 180